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Crônicas

Desgoverno
 

Esgoelilda era babá de um apê nas imediações da praça São Vicente e conheceu Creosomir num forró de fim-de-semana.

No sábado Creosomir largou a bomba às 22 horas, lavou a gasolina, jogou um avanço e se mandou.

Na portaria do prédio Esgoelilda, cheia de amor para dar, ansiosa, aguardava.

A cor de aurora-em-Bagdá da Brasília outrora amarela explodiu na vidraça da portaria pontualmente as 22:30 horas.

Com o sinal verde, Creosomir deslizou pela Pará de Minas, cortou o Centro e ganhou o Alto da Afonso Pena.

No toca-fitas a viola caipira tentava sobreviver aos poderosos decibéis do rap do Peugeot ao lado e dos dois carburadores, que brigavam como irmãos.

– E aí Crecrew, como vai?

Creosomir, que já era conhecido pelo pipoqueiro do Belvedere das Mangabeiras, pediu o de sempre: pipoca e dois cocos.

Esgoelilda segurava os cocos e Creosomir, o saco.

A noite estrelada e fria, criava o clima favorável aos paladares do amor.

Enquanto comiam a pipoca, Creosomir foi colocando o piruá para fora, Esgoelilda, firme, segurando os cocos.

O calor foi apertando e o freio de mão relaxando aí a Brasília começou a se mexer.

No meio da confusão, coco, piruá, pipoca, saco, ninguém se entendia e a Brasília desgovernada foi descendo até bater no portão dos fundos do Palácio do Governador que dormia o sono dos justos.
 

Carlos Eduardo Cardoso
 

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