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Crônicas

A Decisão
 

Era a decisão do campeonato de várzea.

O Radar F.C. ia enfrentar o Sonar F.C.

O campo do bairro Amendoeiras era careca como o velhinho que mastigava a dentadura atrás do alambrado. O sol chupava picolé barato.

– Oooolha o piiii-co-lééééé, 20 centavos!

Os torcedores se acotovelavam atrás do alambrado e no barranco que fica do lado onde estão os vestiários.

Às quinze horas os times entraram em campo, se apresentaram para as torcidas e ficaram batendo bola, cada um em seu campo.

– E o juiz? Cadê o juiz? – da torcida clamou o Caju, um armário de jacarandá de dois metros de altura.

O juiz era o Xavier da Caixa D”água. Na pressa de ir para o jogo, Xavier tinha pegado o 4402, que ia para o bairro Nacional, e não o 4402 Sra. Conceição, que era o certo.

Enfim, às quinze e quinze, Xavier, esbaforido, saltou do ônibus bem em frente ao local do jogo. Já no meio do campo, chamou os capitães, fez o cara ou coroa. Bola para o Radar, gol da esquerda para o Sonar. Olhou em volta, tudo certo.

Trilou longamente o apito dando início à partida ... mas...

– Cadê a bola, seu juiz? – Questionou o Marcão, centroavante do Radar.

A torcida veio abaixo. Xingaram o juiz. A mãe do juiz. E começou a confusão. O velhinho careca revoltado:

– Filho da ... – E a dentadura pulou de sua boca para dentro do campo.

Diante da confusão o vereador do bairro acabou marcando outra data para a decisão e dando uma dentadura nova para o velhinho careca.
 

Carlos Eduardo Cardoso
 

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