NOSSAS VISITAS |
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Crônicas
Almoço de Negócios
– A capacidade
instalada está ociosa, João. – Petiscou Pablo.
– O problema é o desequilíbrio do balanço de pagamentos. – Observou
João.
– Pois é, a situação da China está preocupante, se eles mexerem no
câmbio estamos fritos.
– João, o que nós estamos precisando aqui em Uai Street é dessa lei
de quebra dos marcos regulatórios para investimentos estrangeiros.
– Vê se mexe seus pauzinhos pra baixar a bolsa!
– É. Eu tenho uns amigos no bairro Brasília. Sempre se dá um jeito.
– Tim tim
– Tim Tim
Na mesa do meio, João e Pablo se encontravam todos os dias
aproveitando o almoço para botar a conversa em dia e falar de
negócios.
Tinham sido criados juntos num subúrbio distante e passaram muito
tempo sem se ver, até o dia em que se encontraram, por acaso, no
centro da cidade.
– Quanto é, por favor?
– Dois reais!
Pablo fazia questão de pagar a conta para o amigo menos aquinhoado
pela sorte.
Saíram em direção ao estacionamento, onde João pegou seu carrinho de
catar papelão, e Pablo, seu tabuleiro de bolsas.
– A bolsa, Louis Vuitton, Victor Hugo, na minha mão é mais barato! –
alardeava.
E foram se afastando do prédio em cuja fachada se lia RESTAURANTE
POPULAR.
Carlos
Eduardo Cardoso
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