É um romance escrito por Machado
de Assis, desenvolvido em princípio como folhetim, de março a
dezembro de 1880, na Revista Brasileira, para, no ano seguinte,
ser publicado como livro, pela então Tipografia Nacional.
O livro marca um tom cáustico e novo estilo na obra de Machado de
Assis, bem como audácia e inovação temática no cenário literário
nacional, que o fez receber, à época, resenhas estranhadas. Confessando
adotar a "Forma Livre" de Laurence Sterne em seu
Tristram Shandy (1759-67), ou de Xavier de Maistre, o autor,
com Memórias Póstumas, rompe com a narração linear e objetivista
de autores proeminentes da época como Flaubert e Zola para
retratar o Rio de Janeiro e sua época em geral com pessimismo,
ironia e indiferença — um dos fatores que fizeram com que fosse
amplamente considerada a obra que iniciou o Realismo no Brasil.
Memórias Póstumas de Brás Cubas retrata a Escravidão, as
Classes Sociais, o Cientificismo e o Positivismo da
época, chegando a criar, inclusive, uma Nova Filosofia, mais bem
desenvolvida posteriormente em Quincas Borba (1891) — o
Humanitismo, sátira à lei do mais forte.
Críticos escrevem que, com esse
romance, Machado de Assis precedeu elementos do Modernismo
e do RealismoMágico de escritores como Jorge Luis
Borges e Julio Cortázar, e, de fato, alguns autores chamam-na
"Primeira Narrativa Fantástica do Brasil".
O livro influenciou decisivamente
escritores como John Barth, Donald Barthelme e Ciro dos
Anjos e é notado como uma das obras mais Revolucionárias e
Inovadoras da LiteraturaBrasileira.
Mesmo depois de mais de um século de
sua Publicação Original, ainda tem recebido inúmeros estudos e
interpretações, adaptações para diversas mídias e traduções para outras
línguas.